23. ... A SÓS COM ELE!




Para Teresa, oração é, portanto, TRATAR DE AMIZADE COM O AMIGO (Deus), estando muitas vezes tratando a sós com quem sabemos nos ama! E repete uma e outra vez que a coisa não está em pensar muito mas em amar muito. Insiste na subordinação do pensamento ao amor!

Sempre tão renitente em aconselhar coisas extraordinárias, não se cansa de induzir-nos a que sigamos o seu modo de «Recolhimento activo» porque sabe que  é a fronteira da vida ascética (a actividade do nosso querer e controle) e a vida mística (aquilo que depende só de Deus), e do qual derivam muitos bens espirituais e morais para a pessoa.

Em definitiva é colocar-se nas disposições ideais para quando Deus queira dar o que nos quer dar, a fim de nos chegar a Si.
Teresa vê claro que este modo de oração é essencialmente RELAÇÃO PESSOAL DE AMOR, e que aquilo que é realmente importante não são os conteúdos da relação, mas a mesmíssima relação

22. FASCINANTE !


Teresa apresenta-nos o seu "modo" de estar com Deus, que propicia uma soledade em que a pessoa toda trata de «assenhorear-se» de si mesma. É uma dinâmica progressiva que, como já vimos, implica: 



1. "Entrar dentro de si mesmo " onde Deus mora.   

2."Sossegar o pensamento e a imaginação" para descobrir a beleza e eficácia do "olhar simples e afectivo»

3."Cativar a vontade" pondo-a como fundamento essencial da relação  com O AMIGO, que é uma relação de Amor. 


Significa uma libertação progressiva, uma "singular" desocupação de tudo o que impede que Deus se derrame no nosso coração (Rm 5,5) e no nosso corpo e em todos os espaços vitais da nossa vida.


É fascinante a perspectiva de poder «orar», i.e. relacionar-me com O AMIGO (Deus) desde as raízes do «meu» ser e assumir neste projecto de oração relacional, TODO O MEU PROJECTO HUMANO!